A Engie (EGIE3) apresentou resultados estáveis no terceiro trimestre de 2024, com leves quedas em algumas linhas financeiras, mas sem comprometer seu grande potencial de geração de caixa. Com novos projetos prestes a entrar em operação, a companhia sinaliza uma fase de crescimento importante à frente.
Na geração de energia, a receita líquida foi de R$ 2,2 bilhões, registrando uma queda de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse resultado foi impactado pela redução de 3,6% no preço médio de venda de energia, compensada pelo aumento no volume de vendas (+4,3%). Já na transmissão, a receita ajustada ficou estável em R$ 225 milhões, refletindo solidez nesse segmento.
A receita líquida total ajustada fechou em R$ 2,5 bilhões (-1,5%), enquanto o EBITDA ajustado foi de R$ 1,7 bilhão (-2,8%). Com custos e despesas controlados (-6,5%), a margem EBITDA ajustada chegou a 59,8%, representando um ganho de 4,5 pontos percentuais. O lucro líquido ajustado, por outro lado, foi de R$ 663 milhões, uma redução de 23,5% devido, principalmente, a um resultado menor nas equivalências patrimoniais.
Em termos de investimentos, a Engie destinou R$ 1,8 bilhão para projetos de expansão no trimestre, mantendo apenas R$ 145 milhões para a manutenção dos ativos atuais. O potencial de geração de caixa em “stand by” ficou em R$ 861 milhões, com um yield anualizado de 10,3%, indicando uma atratividade relevante para investidores.
A empresa também trouxe novidades importantes sobre seus projetos em andamento. O complexo eólico Serra do Assuruá, com capacidade de 846 MW, teve sua entrega final antecipada para o segundo trimestre de 2025. Outro grande projeto, o Assú Sol (752 MW), terá operação gradual entre o fim de 2024 e 2025, ampliando a capacidade instalada da Engie em 18%.
Na transmissão, os novos ativos Asa Branca e Graúna (Lote 1 do último leilão) devem entrar em operação até 2029, agregando R$ 520 milhões em receitas anuais à RAP atual de R$ 764 milhões. Esses ativos fortalecerão ainda mais o portfólio de longo prazo da Engie.
Apesar do aumento na dívida líquida, agora em R$ 19,1 bilhões, a Engie mantém uma alavancagem saudável (dívida líquida/EBITDA de 2,7x). Com as entregas futuras e a geração de novos resultados, a tendência é que os níveis de endividamento entrem em queda à medida que os projetos se estabilizem e os investimentos se tornem mais moderados.
Principais indicadores da EGIE3:
- ROE: 37,59%
- Preço: R$ 40,31
- Preço/Lucro: 7,90
- Dividend Yield: 6,31%
- Dívida Líquida/EBITDA: 2,7
A Engie segue em um ritmo de expansão sólido e bem planejado, apostando em projetos que devem trazer retorno expressivo a longo prazo. Mesmo com alguns desafios de curto prazo, como ajustes no preço da energia, a empresa parece bem posicionada para capturar crescimento tanto em geração quanto em transmissão, o que deve se refletir positivamente nos resultados futuros.
FAQ – EGIE3: Engie apresenta resultados estáveis no 3T24
- O que é a Engie e qual é o foco de atuação da empresa?
A Engie é uma das maiores empresas de energia do Brasil, com atuação nas áreas de geração, transmissão e comercialização de energia elétrica. A companhia investe fortemente em energias renováveis, como eólica e solar, e na expansão de seu portfólio, buscando inovação e sustentabilidade em seus projetos. - Como a Engie gera a maior parte de sua receita?
A maior parte da receita da Engie vem da geração de energia, que inclui a venda de eletricidade produzida em hidrelétricas, usinas eólicas e solares. Além disso, a companhia tem reforçado sua atuação em transmissão de energia, aumentando a segurança e a estabilidade do seu fluxo de caixa. - Quais são os principais projetos de expansão da Engie?
Entre os principais projetos em andamento, estão o complexo eólico Serra do Assuruá e o projeto solar Assú Sol. Ambos ampliarão significativamente a capacidade instalada da Engie, consolidando seu compromisso com energias renováveis. Na transmissão, os projetos Asa Branca e Graúna também prometem fortalecer o portfólio. - A Engie possui um bom nível de endividamento?
Sim, a Engie tem um nível de endividamento considerado saudável para o setor, com uma relação dívida líquida/EBITDA ajustado de 2,7x. Mesmo com o aumento da dívida para financiar novos projetos, a empresa mostra um controle financeiro rigoroso, buscando sempre balancear crescimento e solidez financeira. - Vale a pena investir em EGIE3?
A Engie é uma empresa sólida, com foco em crescimento sustentável e geração de caixa estável, especialmente em energias renováveis, o que é um ponto positivo para o longo prazo. Se você busca exposição ao setor elétrico e acredita na expansão de fontes renováveis no Brasil, a Engie pode ser uma escolha interessante para diversificar sua carteira.