No dia 18 de setembro de 2024, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou mais um aumento da taxa Selic, agora em 10,75% ao ano, após uma alta de 0,25 pontos percentuais. Essa decisão já era amplamente esperada pelo mercado, então não trouxe grandes surpresas. O destaque ficou por conta do tom usado no comunicado, que foi considerado preciso ao apontar os desafios que a inflação tem trazido para o país.
O Copom está em uma fase de transição de liderança, mas a unanimidade entre os diretores sobre o cenário econômico e o aumento dos juros reforça a credibilidade da instituição e reduz incertezas sobre o futuro. Mesmo com o ambiente econômico complicado, o Banco Central mostrou que está focado em combater a inflação e que os próximos passos dependem da evolução dos indicadores econômicos.
O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2024 surpreendeu positivamente, e a taxa de desemprego caiu para 6,8%, a menor dos últimos 10 anos. No entanto, o Banco Central sinalizou que a economia está crescendo acima do seu potencial, o que exige uma política de juros mais rígida para evitar que a inflação fuja do controle.
Falando em inflação, mesmo após uma leve deflação em agosto, a expectativa é de que os preços voltem a subir em setembro, impulsionados por fatores como a mudança na bandeira tarifária de energia elétrica e o aumento nos preços de alimentos e bens industriais. O Boletim Focus, divulgado recentemente, prevê que a inflação fique em torno de 4,35% em 2024, acima da meta do Banco Central. E não para por aí: as previsões para os próximos anos também estão acima da meta, o que pressiona ainda mais a autoridade monetária a continuar com sua postura mais agressiva.
Outro ponto importante destacado pelo Copom é o cenário fiscal. O equilíbrio das contas públicas continua sendo um grande desafio para o governo, e as incertezas em torno disso também pesam nas decisões de política monetária. O Banco Central deixou claro que os próximos aumentos na taxa Selic dependerão de como a inflação e a atividade econômica vão evoluir nos próximos meses.
A notícia boa vem de fora: o Federal Reserve (FED), o Banco Central dos EUA, cortou sua taxa de juros em 0,5 ponto percentual, o que pode ajudar a aliviar a pressão sobre a economia brasileira e os mercados internacionais. A expectativa é que essa tendência continue, com novos cortes nas próximas reuniões do FED, o que poderia reduzir o impacto negativo sobre o câmbio e as expectativas de risco por aqui.
O aumento da Selic era esperado e reflete o esforço do Banco Central em conter a inflação, que ainda preocupa. Para o investidor, isso significa que os retornos em renda fixa continuam atraentes, mas também é um alerta para ficar de olho nos impactos nos setores mais sensíveis aos juros, como consumo e crédito. O cenário ainda é desafiador, mas oportunidades surgem, principalmente para quem está atento às movimentações do mercado.
FAQ – Copom sobe a Selic: isso impacta seus investimentos?
- Por que o Copom aumentou a taxa Selic para 10,75% ao ano?
O Copom elevou a taxa Selic para 10,75% como uma medida para conter a inflação, que continua acima da meta estipulada pelo Banco Central. O aumento busca desacelerar a alta dos preços e trazer a inflação de volta aos patamares desejados. - Como o aumento da Selic impacta a economia?
O aumento da Selic torna o crédito mais caro, o que reduz o consumo e os investimentos, ajudando a controlar a inflação. Ao mesmo tempo, beneficia quem investe em renda fixa, pois os retornos tendem a ser maiores. - Quais são as previsões de inflação para os próximos anos?
Segundo o Boletim Focus, a previsão de inflação é de 4,35% em 2024, 3,95% em 2025, e 3,61% em 2026, todos valores acima da meta do Banco Central, o que pode levar a novos ajustes na Selic. - Como o cenário fiscal do Brasil afeta a política monetária?
A incerteza em torno do equilíbrio das contas públicas e o aumento da dívida pública impactam negativamente as expectativas de inflação, fazendo com que o Banco Central adote uma política de juros mais rígida para manter o controle inflacionário. - Vale a pena investir com a Selic alta?
Sim, especialmente em ativos de renda fixa como CDBs, Tesouro Direto e outros produtos atrelados à Selic, que tendem a oferecer retornos mais atrativos com a taxa de juros alta.